segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Alan de F. Brito, de Dourados
O assassinato de Nisio Gomes, líder indígena da etnia Guarani-Kaiowá do Tekora Guaiviry, na região de Amambai, no sul do Estado de MS, teve repercussão muldial, já nesta sexta-feira (18). Após o site do CIMI – Conselho Indigenista Missionário – estampar o assassinato do indígena a repercussão em sites brasileiros como Carta Capital, Brasil de Fato, Globo e Estadão, repercutiram a notícia. 
                     Sorrindo, Nisio tinha esperança de que sua comunidade retomasse terra originária
Mais tarde, sites internacionais como o da entidade internacional de luta em defesa dos povos indígenas, Survival International, deram lugar em suas capas para noticiar a brutalidade com que o líder foi assassinado, apontando que o indígena foi morto na frente de sua comunidade. A Rádio Vaticano também noticiou o fato.
Já o site da BBC, em sua página sobre a América Latina destaca, com o título "Brazil indigenous Guarani leader Nisio Gomes killed", que os conflitos de terra entre indígenas e fazendeiros no Brasil é comum, mas afirma que os conflitos tem se intensificado: “O grupo sofre uma grave escassez de terra no Brasil, que piorou como o ‘boom’ na agricultura, o que  tem levado agricultores e pecuaristas de estender suas explorações”. Com o título “Masked gunmen attack Brazilian Indian leader in shock execution”, o site do Survival International afirma que a liderança ‘religiosa’ indígena Nisio Gomes, chamado de ‘Xaman’ (guia espiritual indígena) na matéria, era o alvo principal dos jagunços. Eles reproduzem a fala de um dos indígenas: “Vieram matar nosso lider”.
O site relaciona a morte de Nisio a outro caso, como afirma a entidade, ‘muito parecido’ com o de outra liderança, o indígena Marcos Verón, assassinado na frente da filha em janeiro de 2003, na fazenda Brasília do Sul, em Juti, também no sul do Estado.
Na ocasião, quatro homens armados efetuaram disparos contra os índios, além de os espancarem e ameaçarem. O ataque, cujo objetivo era expulsar o grupo da área ocupada, resultou na morte do cacique Marcos Veron na época, com 72 anos.
O Diretor da Survival International, entidade de defesa dos povos tradicionais no mundo, Stephen Corry, fez um alerta: “parece que os fazendeiros não estarão satisfeitos até matarem todos os Guarani. Este nível de violência contínua era comum no passado e resultou na extinção de milhares de grupos e sociedades indígenas. É uma absoluta vergonha que o governo brasileiro permita que esta violência continue nos dias atuais”.
O site posta junto da matéria o depoimento da filha de Marcos Veron, recém-formada em licenciatura indígena na UFGD, a guarani-kaiowá, Valdelice Veron.



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